Spyware do Ubuntu – isso existe mesmo?

O pai do Software Livre disse que o Ubuntu carrega um spyware no Unity. Mas o problema está nisso. O Unity foi feito para ser unificado com você. Qualquer tipo de pesquisa que você queira fazer em qualquer lugar. Você conectado com tudo.

As informações da unity-shopping-lens seriam enviadas para a Canonical e, então, repassadas para a Amazon e os resultados apareceriam. Tudo isso em menos de um segundo. Muita gente não gostou disso: são anúncios no meu sistema operacional. Vamos com calma. São anúncios, não posso negar. Mas não são conteúdos relevantes para o que o usuário está procurando (na teoria). Mas isso é tão ruim assim? Não é como se fosse um jogo do Android com propagandas ocupando metade da tela. Ou toda a coleta de tudo no Windows.

Até o momento eu não vi nenhuma remaster do Ubuntu sem a lente comercial ativa. Deve existir, mas removê-la é tão fácil que, depois disso, é como se aquilo nunca tivesse existido. A não ser, claro, de um botão escrito “aviso legal”. Mas só.

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Aviso legal: a única coisa que restou da lente de shopping do Ubuntu

Não considero a lente comercial do Unity um spyware e sim como um novo serviço que é focado em integrar o usuário e sua vida digital. Se você procura no Dash do Ubuntu uma música do Paul McCartney que você não tenha, por exemplo, e ela lhe retornar um botão para comprá-la na Ubuntu One Music Store — e segundos depois esta música já está disponível — não seria uma coisa boa? Afinal de contas, não foi você quem procurou?

Mas eu não quero que a Canonical saiba do que eu procuro. Certo. É um direito seu. A Canonical apenas armazenará o que você procurou e o endereço de IP. Mas… O que isso é diferente do que toda a internet faz? Devemos tomar cuidado? Claro. Mas não acho que as coisas são tão diferentes na internet.

A Google e o Facebook fazem isso diariamente. Coletam seu IP, a página que você está visitando e, até um tempo, o Facebook coletava, via cookie, todas as outras páginas que você estava.

Não há como fazer nada sobre isso. A Canonical continuará com a integração entre o usuário-software e estas empresas continuarão rastreando o usuário.

Não acho uma coisa ruim a Canonical trazer isto ao Unity. Acho que, no fim das contas, isto até que demorou para acontecer. A Canonical continuará a ter suas práticas como empresa e a comunidade continuará a tentar melhorar ou, caso não concorde com algo, fará seu fork. Logo, um fork do Unity estará disponível sem isso. Mas ficar longe de tudo o que a Canonical está propondo deve ser ruim…

Ubuntu Phone OS – e o motivo de eu querer usá-lo

Eu uso Linux há quase 4 anos. Sem nenhum problema, reclamação, e nada. Minha primeira distribuição foi, de verdade, o Linux Mint. A menta verde tinha um tema metálico (que descobri, depois, que era o elementary modificado) e aquilo me deixou com um ar de coisa moderna, ao contrário do Ubuntu: cinza escuro e laranja. Sim, laranja. O Mint me oferecia algo fresco, refrescante. E o Ubuntu, era quadradão e antiquado. Mas acabei indo para o Ubuntu logo depois.

Depois disso, fui para outras versões (ou sabores). Mas como meu computador não suportava, estanquei em uma versão: Ubuntu 10.04 LTS. Ótima versão. O tempo passou, a minha máquina se atualizou e… Bom, cá estou! Utilizando o Ubuntu 12.10, completamente atualizado e com Unity. Apesar de ser fã do elementary (quem me conhece no Fórum Ubuntued sabe bem disso), o Ubuntu me conquistou de novo. E sua interface também.

E como isso aconteceu? O tal Ubuntu Phone OS. Antes de mais nada, recomendo a leitura deste post (que eu escrevi) no Ubuntued.

Quando eu assisti ao vídeo, alguma coisa simplesmente estalou. Eu olhei em volta para ver se havia sido uma lâmpada ou algo do tipo. Mas não! Era eu mesmo. Fiquei encantado com aquele sistema completamente unificado com o usuário. A facilidade. O jeito que ele se comporta. E eu falei: eu preciso disto. Não deu outra, tirei meu Linux Mint 13 com Unity (sim, eu fiz isso!) e logo estava com o Ubuntu 12.10, para ficar cada vez mais atualizado com a Canonical.

E não foi só isso. A beleza do sistema, a integração com os aplicativos, e a possibilidade de ter todos os meus aparelhos com um único sistema (toma, Google!) (em casa, todos os dispositivos são Linux. Desde o celular até o que roda conteúdo multimídia conectado à TV. Apesar de que não será possível ter o Ubuntu neste…) e integrá-los completamente.

E não é só isso. Por ser código aberto, podem surgir versões diferentes. Mint Phone OS. elementary Phone OS… Tudo o que é bom no Linux para desktops/laptops pode ser portado para celulares e tablets (o Mark já disse que terá a versão tablet também).

2013 será o ano do Linux, definitivamente. E eu quero ele no meu bolso, na minha mesa, e nas minhas mãos.

Ubuntu Phone OS, seja bem vindo. Não percebi o quanto eu necessitava de você até você existir. E só um cara conseguiu fazer isto antes: Steve Jobs. Agora um tal Mark-de-nome-difícil está fazendo o mesmo. E eu gosto disso. 😉