GNOME-Shell: uma jornada inesperada lá e de volta outra vez

Desde que voltei ao Ubuntu, estava utilizando o Unity como interface principal. Mas eu não estava 100% satisfeito. Aliás, é interessante que no mundo Linux nunca estamos 100% satisfeitos. Depois das novidades que virão no GNOME-Shell, fiquei tentado a usá-lo de novo. Está sendo uma ótima experiência, depois de sair do KDE, o qual eu não gosto de jeito nenhum.

Tentei usar o GNOME-Shell pelo Ubuntu 12.10 com o Unity instalado, mas não ficou bem legal. E fiquei meio irritado com o Ubuntu. Eu tirei todas as coisas que a Canonical colocou para as lojas, inclusive os atalhos para a Amazon, Ubuntu One Music Store e etc. Porém, após uma atualização, eles voltaram a aparecer em /usr/share/applications. Eu já havia deletado o pacote unity-shopping-lens, mas mesmo assim… Achei falta de respeito com o usuário. Então, baixei o Linux Mint. Depois de instalar o Mint, fiz o primeiro comando que veio a minha cabeça: sudo apt-get install gnome-shell. Mas, bem, precisei ler alguns fóruns pra conseguir fazer com que o GNOME-Shell funcionasse ali. E recursos simplesmente não funcionavam.  Resolvi fazer de uma forma melhor. Baixei o Ubuntu 12.10 GNOME Remix.

Sai do Ubuntu, inesperadamente, e voltei para ele. Podem me chamar de Bilbo Bolseiro agora. 😀

Estou no GNOME-Shell e penso que cada vez mais esta interface está melhor. A parte inicial não mudou muito, mas o comportamento em si…

O sistema também ficou mais rápido ao utilizar o GNOME-Shell ao invés do Unity. E também não há nenhuma propaganda invadindo meu sistema depois de uma atualização.

O que mais me deixou triste é que não posso utilizar o GNOME-Shell 3.7 no Ubuntu 12.10, migrando diretamente para o 13.04. É algo que estou pensando em fazer e acho que tomarei este caminho em breve. Abril ainda está longe e eu não quero perder as funções…

O que posso dizer  é que estou de volta, novamente, ao GNOME-Shell. E ele é mesmo mais bonito, mais rápido e mais eficiente que outros ambientes. Não sei como não havia percebido isso antes… Tudo culpa da Nina! 😛

Aos que querem baixar o Ubuntu 12.10 GNOME Shell Remix, aqui fica os links:

i386 – Link direto | Torrent
amd64 – Link direto | Torrent

Capturas

Firefox OS – será que vai dar certo?

O mundo, aparentemente, esqueceu-se do Firefox OS. A aposta mobile da Mozilla fez um grande barulho ao ser anunciada. Já pode ser testada, inclusive, nos navegadores de mesmo nome e sua base é completamente HTML5. Isto é, aplicativos que funcionam em qualquer plataforma (Ubuntu Phone OS, Android, iOS e Windows Phone). A personalização também ficará mais fácil, já que qualquer um pode editar os aplicativos do sistema (por ser de código aberto) e criar versões derivadas. Quase como remasters de distribuições famosas.firefox OS

O Firefox tem nome. É o terceiro navegador mais utilizado no mundo, seguido do Chrome e do Internet Explorer. Apesar de seus dias de glória terem acabado, ainda carrega certa confiança em usuários, coisa que o IE já não tem.

A aposta da Mozilla no mercado mobile foi arriscada. Mas o sistema é bonito e tem foco um mercado diferente do Android e Windows Phone. Porém, o sistema ainda não tem previsão de lançamento concreta. A ideia original era no começo de 2013, mas até agora não há nenhum modelo anunciado, assim como o Ubuntu Phone.

O problema é que, com o sistema da Canonical, a Mozilla pode perder um espaço que ela nem sabe se vai conquistar, já que o Ubuntu Phone OS também será com HTML5, apesar de possuir uma API de aplicativos própria. A questão é que nem a Canonical sabe se terá mercado com o seu sistema. A Mozilla o mesmo. O Windows Phone cada vez mais perde mercado. A briga é entre iOS e Android.

A pergunta que fica é: o Firefox OS vai dar certo? Não sei se eu usaria o sistema agora que vi o Ubuntu Phone – apesar do Firefox ter sido minha escolha anterior de próximo sistema (e creio que isso aconteceu com outros usuários também). Mas nunca é tarde para dar uma chance a um novo sistema (mas eu não vou fazer isso com o Kubuntu, Lubuntu ou Xubuntu!) ou testar algo novo. O problema vai ser o dinheiro nos dispositivos, já que aqui no Brasil tudo é mais do que caro.

Como a aposta da Mozilla com o Firefox OS é para os mercados de terceiro mundo/países emergentes, como isto funcionaria no Brasil, o paraíso dos impostos em eletrônicos? Se a Mozilla se basear apenas no Brasil, pode enfrentar um fracasso já marcado. Ou poderemos ser surpreendidos. Vale lembrar que o Brasil será o primeiro lugar em que um aparelho com o Firefox OS virá embarcado. Apesar disso, a ZTE já marcou para este ano o primeiro Firefox OS da Europa. Será que os planos para o Brasil afundaram?

A pergunta do título do post não tem resposta. É apenas esperando para ver.

Let it be and get back

Já falei aqui sobre Ubuntu e livros, mas ainda não havia falado de The Beatles.

Um dos meus álbuns favoritos da banda é o Let it be. O último-não-último álbum da banda britânica é motivo de alegria, tristeza e polêmica. Lançado em 1970 (mas gravado em 1969, antes mesmo do grande Abbey Road), foi marcado por brigas, pouca qualidade de gravação e ótimas músicas.

Dali saíram All things must pass, Jealous Guy, Octopus’s Garden e Every Night. E também Let it be, Get back e outros clássicos.

É impossível não assistir ao filme e não ficar incomodado com a banda que em 1963 era formada de amigos e agora eram apenas músicos que brigavam e, em determinados momentos, não se suportavam. George chegou a largar a banda no meio da gravação. Paul e John brigavam e falavam mal um do outro. E Ringo ficava sempre na dele.

Apesar disto, nada é transmitido no disco. Ao ouvir, você sente os Beatles de novo. Aquela banda que mexeu com os corações ali, tocando de novo músicas novas e que emocionam de novo.

Declarações de amor para Yoko, Linda e indiretas aos membros da banda estão ali. Quase como um Rumors, mas… diferente!

Get Back/Let it Be possui uma energia negativa. Possui uma energia positiva. Possui a energia beatle. E, ao perceber isso, você esquece de tudo. São eles ali, tocando pela última vez, juntos. E, em boa parte do tempo, felizes.

São os Beatles mostrando que mesmo nos momentos mais difíceis da vida, você deve apenas deixar estar e esperar. O melhor sempre acontece. E sempre surpreende.

Dê uma chance. Deixe estar. Volte para o lugar que você pertence.

Spyware do Ubuntu – isso existe mesmo?

O pai do Software Livre disse que o Ubuntu carrega um spyware no Unity. Mas o problema está nisso. O Unity foi feito para ser unificado com você. Qualquer tipo de pesquisa que você queira fazer em qualquer lugar. Você conectado com tudo.

As informações da unity-shopping-lens seriam enviadas para a Canonical e, então, repassadas para a Amazon e os resultados apareceriam. Tudo isso em menos de um segundo. Muita gente não gostou disso: são anúncios no meu sistema operacional. Vamos com calma. São anúncios, não posso negar. Mas não são conteúdos relevantes para o que o usuário está procurando (na teoria). Mas isso é tão ruim assim? Não é como se fosse um jogo do Android com propagandas ocupando metade da tela. Ou toda a coleta de tudo no Windows.

Até o momento eu não vi nenhuma remaster do Ubuntu sem a lente comercial ativa. Deve existir, mas removê-la é tão fácil que, depois disso, é como se aquilo nunca tivesse existido. A não ser, claro, de um botão escrito “aviso legal”. Mas só.

unity1

Aviso legal: a única coisa que restou da lente de shopping do Ubuntu

Não considero a lente comercial do Unity um spyware e sim como um novo serviço que é focado em integrar o usuário e sua vida digital. Se você procura no Dash do Ubuntu uma música do Paul McCartney que você não tenha, por exemplo, e ela lhe retornar um botão para comprá-la na Ubuntu One Music Store — e segundos depois esta música já está disponível — não seria uma coisa boa? Afinal de contas, não foi você quem procurou?

Mas eu não quero que a Canonical saiba do que eu procuro. Certo. É um direito seu. A Canonical apenas armazenará o que você procurou e o endereço de IP. Mas… O que isso é diferente do que toda a internet faz? Devemos tomar cuidado? Claro. Mas não acho que as coisas são tão diferentes na internet.

A Google e o Facebook fazem isso diariamente. Coletam seu IP, a página que você está visitando e, até um tempo, o Facebook coletava, via cookie, todas as outras páginas que você estava.

Não há como fazer nada sobre isso. A Canonical continuará com a integração entre o usuário-software e estas empresas continuarão rastreando o usuário.

Não acho uma coisa ruim a Canonical trazer isto ao Unity. Acho que, no fim das contas, isto até que demorou para acontecer. A Canonical continuará a ter suas práticas como empresa e a comunidade continuará a tentar melhorar ou, caso não concorde com algo, fará seu fork. Logo, um fork do Unity estará disponível sem isso. Mas ficar longe de tudo o que a Canonical está propondo deve ser ruim…

Os livros que devoraram meu pai

Ano passado, comprei este livro, publicado pela editora Leya. Escrito por Afonso Cruz, é um romance infantojuvenil. A leitura é bem rápida, fácil e divertida. A ideia é apresentar os clássicos para a nova geração. Literatura russa, inglesa, portuguesa, brasileira… Todas elas aparecem ali.

Gostei bastante, de verdade. As ilustrações são bonitas e o trabalho sempre ótimo da editora também ajudou bastante.

Sem muitos detalhes, a história é em primeira pessoa e conta sobre um menino chamado Elias que ganha, de presente, a biblioteca de seu pai, que morreu quando ele era bebê. Descobre, então, que seu pai, na verdade, foi para outro mundo e agora ele precisa descobrir em qual destes mundos seu pai está. Junte isto a uma paixonite, um melhor amigo diabético e clássicos literários.

Mas o livro é bom! E foi diferente do que eu imaginei que seria.

Gostei muito do trecho em que ensina o que é eufemismo.

O livro é ganhador do prêmio literário Maria Rosa Colaço de 2009 e foi publicado pela primeira vez em Portugal (no Brasil, é apresentado em texto adaptado, assim como é feito com os livros da série Crônicas de gelo e fogo, também da editora Leya). Seu autor, além de escritor, faz desenhos animados, ilustrações de livros e música. Ele não escreve apenas livros para o público infantil. Seu último livro se chama Jesus Cristo bebia cerveja, publicado em 2012 pela Alfaguara (2012, Portugal).

Este autor merece ser observado de perto. Sua obra literária, apesar de pequena, já ganhou diversos prêmios. Só resta esperar que seus livros sejam publicados no Brasil – ou exportá-los de Portugal.

Blog do autor | Editora Leya

Ubuntu Phone OS – e o motivo de eu querer usá-lo

Eu uso Linux há quase 4 anos. Sem nenhum problema, reclamação, e nada. Minha primeira distribuição foi, de verdade, o Linux Mint. A menta verde tinha um tema metálico (que descobri, depois, que era o elementary modificado) e aquilo me deixou com um ar de coisa moderna, ao contrário do Ubuntu: cinza escuro e laranja. Sim, laranja. O Mint me oferecia algo fresco, refrescante. E o Ubuntu, era quadradão e antiquado. Mas acabei indo para o Ubuntu logo depois.

Depois disso, fui para outras versões (ou sabores). Mas como meu computador não suportava, estanquei em uma versão: Ubuntu 10.04 LTS. Ótima versão. O tempo passou, a minha máquina se atualizou e… Bom, cá estou! Utilizando o Ubuntu 12.10, completamente atualizado e com Unity. Apesar de ser fã do elementary (quem me conhece no Fórum Ubuntued sabe bem disso), o Ubuntu me conquistou de novo. E sua interface também.

E como isso aconteceu? O tal Ubuntu Phone OS. Antes de mais nada, recomendo a leitura deste post (que eu escrevi) no Ubuntued.

Quando eu assisti ao vídeo, alguma coisa simplesmente estalou. Eu olhei em volta para ver se havia sido uma lâmpada ou algo do tipo. Mas não! Era eu mesmo. Fiquei encantado com aquele sistema completamente unificado com o usuário. A facilidade. O jeito que ele se comporta. E eu falei: eu preciso disto. Não deu outra, tirei meu Linux Mint 13 com Unity (sim, eu fiz isso!) e logo estava com o Ubuntu 12.10, para ficar cada vez mais atualizado com a Canonical.

E não foi só isso. A beleza do sistema, a integração com os aplicativos, e a possibilidade de ter todos os meus aparelhos com um único sistema (toma, Google!) (em casa, todos os dispositivos são Linux. Desde o celular até o que roda conteúdo multimídia conectado à TV. Apesar de que não será possível ter o Ubuntu neste…) e integrá-los completamente.

E não é só isso. Por ser código aberto, podem surgir versões diferentes. Mint Phone OS. elementary Phone OS… Tudo o que é bom no Linux para desktops/laptops pode ser portado para celulares e tablets (o Mark já disse que terá a versão tablet também).

2013 será o ano do Linux, definitivamente. E eu quero ele no meu bolso, na minha mesa, e nas minhas mãos.

Ubuntu Phone OS, seja bem vindo. Não percebi o quanto eu necessitava de você até você existir. E só um cara conseguiu fazer isto antes: Steve Jobs. Agora um tal Mark-de-nome-difícil está fazendo o mesmo. E eu gosto disso. 😉

Início

Eu já tenho um blog. Mas é onde posto textos literários. Não sei porque não junto tudo num só lugar. Mas eu prefiro que estas coisas fiquem por aqui. Mais organizado.

Aqui falo de coisas que não cabem lá — como o que cabe lá, não cabe aqui.

O título do blog é The Freedom Tripper. É freedom de Linux e Tripper de Day Tripper. Sei lá se o inglês tá certo. Gostei de como soou.

Vou falar de Beatles, Linux e o que me der na telha. 🙂

Boas vindas.

PS: Eu gosto desta coisa de viagem. O outro blog é A viagem nas letras…